Nestário
Luiz
26/5/2013
Foi
realizado na última segunda-feira, dia 20, em São Paulo, o seminário
“Jornalismo Esportivo: Grandes Coberturas”. O evento foi organizado pelo
Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS) em parceria com a Associação
dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp).
Destinado a
jornalistas, estudantes e interessados no tema, o seminário teve o objetivo de
proporcionar troca de experiências, abordagem das coberturas integradas e
utilização das redes sociais no trabalho jornalístico. O evento teve a
participação de profissionais com experiências em grandes coberturas, com
destaque para editores, repórteres e narradores de importantes meios de
comunicação do Brasil.
Realizado
no auditório do IICS, no bairro da Bela Vista, em São Paulo, o seminário
começou com a recepção do presidente da Aceesp, Luiz Ademar Jr., aos
participantes.
Carlos Villanova. (Fotos: Nestário Luiz) |
O primeiro
palestrante foi Carlos Villanova, diretor de comunicação da Rio-2016,
responsável pela estrutura das Olimpíadas do Rio Janeiro, que começam no dia 5
de agosto de 2016. Segundo ele, aproximadamente 11 mil atletas de 204 países
estarão no Rio. Deve haver 25 mil jornalistas credenciados, sendo 8 mil
repórteres, 70 mil voluntários e cerca 7 milhões de ingressos vendidos. Nas
Paraolimpíadas, o Rio de Janeiro deve contar com 4.200 atletas de 164 países, 7
mil jornalistas credenciados, 30 mil voluntários e 2 milhões de ingressos
vendidos.
Villanova
destacou a importância de se entender o projeto da Rio-2016, que busca
melhorias em diversos segmentos do Rio de Janeiro, como ambiente, estrutura,
mobilidade e lazer. O porto da cidade, por exemplo, terá 15 mil árvores, 70 quilômetros de
vias e 17 quilômetros
de ciclovias.
Ele também
ressaltou que será a primeira vez nos Jogos Olímpicos modernos em que apenas um
prefeito administrará a competição, em que haverá dois parques olímpicos e em
que serão realizadas disputas de remo no centro da cidade que recebe o evento.
Carlos
Villanova se mostrou otimista quanto à realização das Olimpíadas no Brasil. “Os
Jogos serão excepcionais. Espero que o projeto dos Jogos também seja”,
declarou.
Direito de
imagem
Gustavo Delbin. |
O segundo
assunto abordado foi direito de imagem. O presidente do Instituto Brasileiro de
Direito Desportivo, Gustavo Delbin, explicou que todas as pessoas têm direito
de personalidade desde o nascimento, de acordo com o Código Civil. Segundo ele,
o direito de imagem pode ser comercializado, mediante autorização e contrato.
Delbin
ressaltou diversas situações envolvendo direito de imagem de atletas,
especialmente jogadores de futebol. Ele afirmou, por fim, que, segundo a
Constituição Federal, todos têm direito a ressarcimento por uso não autorizado
da imagem.
Meios
digitais
Na
sequência do seminário, foram discutidas as possibilidades de cobertura
integrada com os meios digitais. Participaram jornalistas do SporTV, Lance!, R7
e Terra. A mediação foi do comentarista Maurício Noriega, do SporTV.
O editor do
Lance! Alessandro Abate destacou que os repórteres devem sempre estar dispostos
a contar boas histórias e a realizar trabalhos em diversas mídias. O jornal,
por exemplo, conta com conteúdo em edição impressa, no site e em um canal na
internet com vídeos.
O chefe da
redação de São Paulo do SporTV, André Fontenelle, afirmou que “TV se faz com
uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. Segundo ele, a emissora exibe 5 mil
eventos ao vivo por ano e possui 3 mil horas de jornalismo anuais, com sete
programas diários.
A partir da esquerda: Allen Chahad, Alessandro Abate, André Fontenelle, Luiz Pimentel, Maurício Noriega e Luiz Ademar Jr. |
Fontenelle
destacou a cobertura do SporTV para a última edição da Eurocopa, competição de
futebol com as melhores seleções da Europa, realizada em 2012. A emissora enviou
cinco equipes de reportagem para a Polônia e a Ucrânia, países que receberam a
competição. Ele finalizou ressaltando que 54 milhões de pessoas no Brasil têm
acesso à TV por assinatura.
Luiz
Pimentel, diretor de redação do portal R7, criticou a banalização de alguns
setores do esporte, exemplificando com a participação de Neymar numa novela da
TV Globo. Ele também afirmou que a internet pode ser nociva ao jornalismo, se
usada como fonte principal de informações.
O
ex-repórter do portal Terra Allen Chahad destacou que as pessoas leem, sim,
textos longos na internet, desde ele eles sejam bons. Para Chahad, todas as
informações apuradas devem ser publicadas na matéria de internet. “A audiência
deve ser acostumada com conteúdo de qualidade”, completou.
Alessandro
Abate também criticou o modelo educacional do ensino superior. Para ele, é
preciso driblar o problema do “copia e cola” e da falta de boas reportagens com
treinamento e capacitação para os jornalistas recém-formados.
Abate ainda
falou sobre a discussão que costuma haver na redação sobre publicar um furo de
reportagem, ou seja, uma informação obtida com exclusividade, no site do jornal
ou na edição impressa do dia seguinte. “É preciso que haja bom senso, é uma
decisão que deve ser tomada entre o repórter e o editor. Para que a informação
seja guardada até o dia seguinte, o repórter tem que garantir que ela não vai
vazar”, afirmou.
Twitter e
Facebook
A partir da esquerda: Sérgio Lüdtke, Eduardo Generoso e Ana Brambilla. |
O tema seguinte
foi a possibilidade de os meios de comunicação explorarem o Twitter e o
Facebook na cobertura esportiva.
Eduardo
Generoso, diretor de projetos da ESM e responsável pelas redes sociais do
Corinthians, apontou diferenças entre o Twitter e o Facebook. No Twitter, há
informação, texto, aderência, crítica e crescimento moderado da audiência. Já
as características do Facebook são informação, imagem, dispersão, exibição,
humor e crescimento acelerado da audiência.
A editora
de mídias sociais da Editora Globo, Ana Brambilla, destacou que as redes
sociais podem gerar boas pautas. De acordo com ela, é preciso monitorar as
redes sociais e seus usuários e sair da obviedade. Brambilla exemplificou afirmando
que o Twitter não pode falar, durante um jogo de futebol, o que acabou de
passar na televisão. “As redes sociais têm que ter postagens mais pontuais”,
declarou.
Sérgio
Lüdtke, coordenador do programa avançado em Jornalismo Digital, destacou que as
Olimpíadas de 2008 tiveram 4,3 bilhões de pessoas assistindo às competições
pela televisão em todo o mundo. Afirmou, também, que naquele ano houve a
primeira cobertura de uma Olimpíada pelo Twitter, realizada pelo jornal Folha
de S. Paulo.
Grandes
coberturas
O seminário
foi encerrado com a participação de Milton Leite, narrador do SporTV e da TV
Globo, e Fernando Fernandes, repórter da TV Bandeirantes, que falaram sobre
suas experiências em grandes coberturas esportivas.
Milton Leite (à esquerda) e Fernando Fernandes. |
Leite
destacou o respeito dos organizadores de grandes eventos com a imprensa, com
preocupação com posição de transmissão e acesso à internet para os jornalistas.
No Brasil, segundo ele, isso não existe.
Fernandes
afirmou que a imprensa é um negócio e que por isso os organizadores são tão
sérios com os jornalistas. Ele também ressaltou a oportunidade de encontrar nas
grandes coberturas pessoas do mundo todo. “É uma oportunidade rara”, declarou.
Milton
Leite também ressaltou a chance de conhecer jogadores e equipes desconhecidos
nas grandes coberturas. Ele brincou com o fato de os times da Coreia do Sul
terem muitos jogadores chamados Kim. “É uma experiência única e muito
interessante”, afirmou.
Os dois
jornalistas finalizaram o seminário com dicas aos participantes. “Não deve
haver preconceito com as outras editorias do jornalismo. É preciso conhecer um
pouco de tudo. Quando apresentei programas de variedades no rádio, por exemplo,
aprendi bastante e adquiri muita experiência”, declarou Milton Leite.
“Relacionamento, bate papo e observação são essenciais para o jornalista”,
completou Fernando Fernandes.
Entrevistas
Eu
participei do seminário “Jornalismo Esportivo: Grandes Coberturas” e tive a
oportunidade de entrevistar Milton Leite e Fernando Fernandes. Minha
participação teve o apoio do portal assisnoticias.com.
As
entrevistas foram exibidas no programa Circuito Esportivo, da Rádio Fema FM, na
última sexta-feira, dia 24, e podem ser acessadas a seguir: Milton Leite e
Fernando Fernandes.
Maurício Noriega. |
Milton Leite. |
Jornalistas, estudantes e interessados participaram do seminário. |
Eu participei do seminário "Jornalismo Esportivo: Grandes Coberturas" |
Eu e Milton Leite. |
Com Fernando Fernandes. |
Eu e Maurício Noriega. |
No seminário, os participantes receberam edições da Revista Imprensa e do Anuário do Futebol paulista e brasileiro. |
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