Responsabilidade no trânsito é para todos

Nestário Luiz

30/3/2011

Notícias sobre acidentes de trânsito são constantes. Elas chegam praticamente todos os dias. Estão nos jornais, no rádio, na TV, na internet, nas conversas com amigos. Com essas notícias vêm as dicas para uma direção segura. Há pessoas, no entanto, que não se importam com a segunda parte.

Quem já andou de carro comigo sabe que procuro ser um bom motorista. Não digo isso para me autopromover, afinal isso deveria ser uma prática de todos. Exceção tinha de ser quem não dirige corretamente. Eu costumo respeitar os sinais e as leis de trânsito, além de andar sempre no limite de velocidade. Nem sempre isso ocorre, eu também já errei no volante. Mas nada foi de propósito, nem coloquei a vida de alguém em risco. O amigo internauta que acompanha este blog deve ter lido a crônica “O menino que tomava multas”, na qual contei a minha própria história. Sim, já fui multado.

Quem utiliza veículo deve ter em mente que uma boa direção é principalmente uma questão de educação e respeito com os demais motoristas e as pessoas que utilizam as vias públicas. O veículo pode ser uma arma, sempre me ensinou meu pai. E como pode. Carros e motos deveriam ser utilizados com o maior esmero, mas as coisas que a gente vê pela TV ou mesmo presencia provam que isso não acontece. E o número de mortes em acidentes de trânsito aumenta. Assusta. Não ensina.

Sexta-feira passada passei por um momento de susto no trânsito. Estava voltando para casa no meu carro com uma colega de trabalho. Trafegava na Estrada do Álcool com destino à Rodovia Miguel Jubran (que liga Assis a Tarumã). Na metade da Estrada do Álcool fica a entrada da Cosan, uma das maiores exportadoras de açúcar e álcool do mundo. E foi ali que tudo aconteceu.

O trevo que dá acesso à usina é perigoso. Quem anda na Estrada do Álcool no sentido Tarumã/Florínea tem apenas de virar à direita. Porém, quem vai pelo sentido oposto ou está saindo da usina precisa cruzar a pista. Para isso existe o trevo que citei no início do parágrafo. O motorista que sai da usina tem de cruzar a pista principal, fazer o contorno para só depois entrar para valer na pista.

Antes de chegar a esse trevo há boa visibilidade. Eu notei que havia três carros que estavam saindo da usina e tinham a intenção de fazer o contorno. Os dois primeiros fizeram isso e entraram na pista, sem problemas. Havia tempo suficiente antes que eu chegasse.

O problema veio com o terceiro carro. Ele também cruzou a pista, mas nisso eu já estava muito próximo. Imaginei (na verdade tive certeza) que ele me esperaria passar para só depois entrar na pista. No entanto, nem ligou para a presença de um carro vindo a mais de 100 km/h em sua direção. Entrou na minha frente e me fez frear em cima dele. Minha amiga levou um baita susto, enquanto eu fiquei louco da vida com o motorista. Buzinei para ele e nem um aceno de desculpas obtive.

O que me deixou ainda mais revoltado foi o fato de o carro estampar a marca da Cosan. Considero que todos os motoristas devem ser responsáveis no trânsito, mas que aqueles que dirigem veículos oficiais têm uma responsabilidade ainda maior. Carros de empresas, ônibus, vans precisam de motoristas ainda mais preocupados com uma boa direção.

Naquele dia me vi em uma clara situação de acidente. Total irresponsabilidade do motorista da Cosan. Mas esse fato não vai ficar por isso mesmo. Placa do carro, local, data e horário à mão, farei uma reclamação formal na empresa. A minha segurança (e, no caso, da minha amiga também) não é brincadeira. Se a pessoa não se importa em sofrer um acidente, que não envolva outros cidadãos em suas aventuras, no pior sentido da palavra.

Num primeiro momento decidi não colocar a placa do carro neste texto, mas isso poderá ocorrer mais para frente, dependendo do desenrolar da história. Um artigo no jornal também não está descartado.

Só espero que essa pessoa aprenda a lição e se torne (ou volte a ser) um motorista responsável e preocupado com a vida dele e das pessoas à sua volta.