Nestário
Luiz
19/5/2011
Clara Azevedo, diretora do Museu do Futebol, foi uma das convidadas do evento. (Foto: Nestário Luiz) |
A Unesp
(Universidade Estadual Paulista) de Bauru realizou entre os dias 10 e 12 de
maio a 13ª edição da Jornada Multidisciplinar, evento destinado a oferecer um espaço de reflexão
sobre temas relevantes para o Brasil. Este ano, com a organização
da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC), o tema foi “Futebol,
Comunicação e Cultura”. O objetivo do evento foi discutir a importância do
futebol para a cultura, a memória e a sociedade do país.
A
abertura da jornada foi comandada pelo jornalista José Geraldo Couto e por
Sérgio Rizzo, docente da FAAP e da Universidade Mackenzie. Couto destacou que o
sucesso no futebol não depende de porte físico, dinheiro ou capacidade
intelectual. Ele citou como exemplo Garrincha, que na Copa do Mundo de 1958, na
Suécia, apesar de ser pobre e ter as pernas tortas, brilhou na competição e
ajudou o Brasil a conquistar seu primeiro título mundial. “O futebol permite
essa surpresa e, por isso, encanta tanto”, afirmou o jornalista.
Para
Sérgio Rizzo, futebol e cultura ainda são vistos em campos diferentes. “A
cultura é vista somente como algo nobre, elaborado. Porém, o futebol faz parte
da cultura, ele ajuda a entender a sociedade”, opinou.
Rizzo
também afirmou que há uma carência da sociedade por ídolos. Segundo o docente,
o futebol pode criar heróis, ao contrário de outros campos, como a política. “A
sociedade pede que a mídia e a publicidade criem novos heróis”, afirmou. “O
‘quarteto mágico’ do Brasil na Copa do Mundo de 2006, formado por Kaká,
Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo, na verdade teve um desempenho muito ruim.
Aquele quarteto nunca existiu”, exemplificou.
A
diretora do Museu do Futebol, Clara Azevedo, comandou a palestra “Futebol e
memória”. Ela afirmou que preservação e comunicação são as vertentes do museu,
que fica localizado no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, e completou na semana
passada 1 milhão de visitantes em dois anos e meio de funcionamento.
Azevedo
destacou, entre outras coisas, a importância da tecnologia para o Museu do
Futebol. “A tecnologia não descaracteriza um museu, ela é um recurso
complementar. No caso do nosso museu, a tecnologia é um suporte indispensável
para que a memória do futebol seja exposta”, afirmou.
O
docente Édison Gastaldo, da UFRRJ, também falou sobre a memória do futebol. Ele
citou a Copa do Mundo de 1950, disputada no Brasil, na qual a seleção
brasileira foi derrotada pelo Uruguai por 2 a 1 na final, no Estádio do
Maracanã, no Rio de Janeiro. “Tudo o que foi feito após 1950 teve o objetivo de
provar que o Brasil era capaz de superar aquele trauma, ou seja, de compensar
aquela humilhação”, afirmou.
Gastaldo
ainda destacou os heróis esportivos. “A morte do herói é a garantia da sua imortalidade”,
enfatizou. Segundo ele, o piloto Ayrton Senna se tornou imortal quando morreu,
em 1994. “O alemão Michael Schumacher, por exemplo, também é um piloto
extraordinário, bateu inúmeros recordes, mas ele só está desgastando sua imagem
vencedora e o mito que existe em torno dele ao cancelar a aposentadoria e
correr sem obter resultados expressivos”, afirmou.
Violência
no futebol foi o tema da palestra de Luiz Henrique de Toledo, docente da
UFSCar. Ele ressaltou que as torcidas uniformizadas surgiram em 1940,
patrocinadas pelo Estado, que queria evitar a violência nos estádios e
civilizar as “turmas inquietas” dos campos. “Atualmente há uma
espetacularização da violência. Os torcedores não se escondem, eles avisam
quando e onde acontecerão as brigas para serem flagrados”, analisou Toledo.
História
e cultura foram os temas da apresentação de Flávio de Campos, docente da USP.
Segundo ele, futebol e cultura estão ligados. “Para se entender o mundo
contemporâneo, não dá para desconsiderar a importância do futebol como
manifestação cultural”, declarou.
O
pesquisador e jornalista da ESPN Brasil Celso Unzelte também participou do
evento. Ele deu um conselho aos estudantes de jornalismo, maioria da plateia.
“Busquem o que não é feito, diferenciem-se. Utilizem o esporte para buscar
coisas maiores. Essa é a sacada”, afirmou o bem-humorado Unzelte.
O
estudante Nestário Luiz, aluno do terceiro ano do curso de jornalismo da Fema,
participou do evento a convite do jornalista Thiago Navarro, assessor de
imprensa do Noroeste de Bauru. “Participei pela primeira vez da Jornada
Multidisciplinar da Unesp de Bauru e me surpreendi positivamente. Foi um evento
bem organizado, com palestrantes capacitados e conhecedores do tema”, analisou.
Após os
debates realizados no evento, o estudante concluiu que o futebol faz parte da
cultura brasileira. “O futebol chegou ao Brasil há mais de 100 anos e, aos
poucos, o número de adeptos foi aumentando. Atualmente, milhões de brasileiros
praticam ou acompanham o esporte. Concordo com os palestrantes que afirmaram
que o futebol é uma manifestação cultural. O melhor exemplo é a Copa do Mundo.
Durante a competição, a rotina do país muda para que as pessoas assistam às
partidas da seleção brasileira. Empresas especializadas apontam que, durante os
jogos do Brasil, 95% das televisões estão sintonizadas nas emissoras que
transmitem o evento”, declarou.
De acordo com Nestário, que pretende trabalhar
na área esportiva, é preciso ressaltar a importância que o futebol tem na
sociedade brasileira. “O futebol tem de ser visto como uma manifestação
cultural e um fenômeno social, como destacou o jornalista Celso Unzelte. Também
considero importante o trabalho das pessoas que se esforçam em preservar a
história do futebol, como o próprio Unzelte, que escreve livros com esse
objetivo, e Clara Azevedo, diretora do Museu do Futebol, que preserva e
enaltece nossos principais jogadores, times e conquistas”, declarou. “Portanto,
a proposta da Unesp de relacionar futebol, comunicação e cultura é válida e
importante para que o futebol seja compreendido como um fenômeno que cativa
milhões de pessoas e algo inserido na cultura brasileira”, finalizou.
Matéria publicada no jornal "Voz da Terra" hoje, dia 19 de março.
Uauuuuuuuuuuu.... Parabensss pela matéria.... E Esse aluno de jornalismo, Nestario Luiz, pareceu-me bem interessado na palestra. Desejo mtaa sorte e um otimo futuro para que a vontade de ser jornalista esportivo se concretize (digamos q ja tem 99% formada).. rsrsrsr.... E aii dele se um dia estiver no Pacaembu, narrando jogo do Timao e naum me mandar um bjjj.. rsrs..
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