Nestário
Luiz
Sim ao diploma para jornalistas. (Foto: Olho no Olho/UFRJ) |
Em junho de
2009, o Supremo Tribunal Federal derrubou a exigência do diploma para o exercício
da profissão de jornalista com o argumento de que essa prática era um vestígio
da ditadura. Segundo o STF, a exigência começou durante o regime militar, que
se instalou no Brasil de 1964
a 1985, com o objetivo de afastar das redações os
intelectuais e manifestantes contrários à ditadura.
Contudo,
vejo como importante a exigência de um curso superior para se exercer a profissão
de jornalista. Na faculdade é possível adquirir conteúdo, técnicas de edição,
entrevista e redação, contexto histórico, além da formação de profissionais críticos.
Durante o curso, o estudante tem a oportunidade de adquirir subsídios para que
ele exerça a profissão de forma ética, profissional e preocupado com as questões
sociais.
Entre os
argumentos a favor da não exigência do diploma está a questão da liberdade de
expressão. Afirmou-se que havia censura com essa prática. Porém, não vejo dessa
maneira, afinal, a faculdade está aberta a quem se interessar pela profissão. Também
existem as colunas, artigos, crônicas, ou seja, um espaço para que quem não é
jornalista formado expresse sua opinião.
Outro ponto
levantado por quem apoiou a decisão do STF é a possibilidade de se aprender as
técnicas jornalísticas na prática. Isso é real, mas na faculdade o profissional
vai aprender a lidar com questões éticas, a checar as informações, ouvir todos
os lados envolvidos, coletar informações divergentes. Esse conhecimento teórico
é obtido no curso superior. Ele, aliado à prática, e aí sim, pode formar um bom
profissional.
Também não
acredito no fim dos cursos de jornalismo com a não exigência do diploma. Pode ocorrer
o fechamento do curso em algumas faculdades, mas os estudantes continuarão
buscando o ensino superior, até porque as empresas procuram profissionais
preparados e que tenham passado pela parte de teoria e conteúdo. Isso já tem
sido verificado, pois jornais impressos e emissoras de TV têm dado preferência
a jornalistas formados.
Portanto,
afirmo que a base teórica, as técnicas jornalísticas e a visão crítica da
sociedade são fundamentais para o bom exercício da profissão. Sendo assim, o
curso superior em jornalismo torna-se indispensável para os estudantes e até
mesmo para os profissionais que não são formados e já atuam na área. A liberdade
de expressão não será violada e, mais importante, haverá profissionais mais
preocupados com a ética e a sociedade.
(Atividade
realizada na disciplina de Técnica Redacional em Jornalismo do terceiro ano do
curso de jornalismo da Fema. Supervisão: Prof. Ms. Eduardo Yuji)
Refutar o diploma jornalístico foi um dos atos mais estúpidos do Supremo. Banalizar um curso tão importante, formador da opinião pública, é, no mínimo, falta de bom senso. Um profissional competente é um profissional formado, então que volte o nosso direito de usar o papel mais suado de nossas vidas.
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