sábado, 7 de maio de 2011

Artigo: Sim ao diploma, sim ao jornalismo


Nestário Luiz

Sim ao diploma para jornalistas.
(Foto: Olho no Olho/UFRJ)
Em junho de 2009, o Supremo Tribunal Federal derrubou a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista com o argumento de que essa prática era um vestígio da ditadura. Segundo o STF, a exigência começou durante o regime militar, que se instalou no Brasil de 1964 a 1985, com o objetivo de afastar das redações os intelectuais e manifestantes contrários à ditadura.

Contudo, vejo como importante a exigência de um curso superior para se exercer a profissão de jornalista. Na faculdade é possível adquirir conteúdo, técnicas de edição, entrevista e redação, contexto histórico, além da formação de profissionais críticos. Durante o curso, o estudante tem a oportunidade de adquirir subsídios para que ele exerça a profissão de forma ética, profissional e preocupado com as questões sociais.

Entre os argumentos a favor da não exigência do diploma está a questão da liberdade de expressão. Afirmou-se que havia censura com essa prática. Porém, não vejo dessa maneira, afinal, a faculdade está aberta a quem se interessar pela profissão. Também existem as colunas, artigos, crônicas, ou seja, um espaço para que quem não é jornalista formado expresse sua opinião.

Outro ponto levantado por quem apoiou a decisão do STF é a possibilidade de se aprender as técnicas jornalísticas na prática. Isso é real, mas na faculdade o profissional vai aprender a lidar com questões éticas, a checar as informações, ouvir todos os lados envolvidos, coletar informações divergentes. Esse conhecimento teórico é obtido no curso superior. Ele, aliado à prática, e aí sim, pode formar um bom profissional.

Também não acredito no fim dos cursos de jornalismo com a não exigência do diploma. Pode ocorrer o fechamento do curso em algumas faculdades, mas os estudantes continuarão buscando o ensino superior, até porque as empresas procuram profissionais preparados e que tenham passado pela parte de teoria e conteúdo. Isso já tem sido verificado, pois jornais impressos e emissoras de TV têm dado preferência a jornalistas formados.

Portanto, afirmo que a base teórica, as técnicas jornalísticas e a visão crítica da sociedade são fundamentais para o bom exercício da profissão. Sendo assim, o curso superior em jornalismo torna-se indispensável para os estudantes e até mesmo para os profissionais que não são formados e já atuam na área. A liberdade de expressão não será violada e, mais importante, haverá profissionais mais preocupados com a ética e a sociedade.

(Atividade realizada na disciplina de Técnica Redacional em Jornalismo do terceiro ano do curso de jornalismo da Fema. Supervisão: Prof. Ms. Eduardo Yuji)

Um comentário:

  1. Refutar o diploma jornalístico foi um dos atos mais estúpidos do Supremo. Banalizar um curso tão importante, formador da opinião pública, é, no mínimo, falta de bom senso. Um profissional competente é um profissional formado, então que volte o nosso direito de usar o papel mais suado de nossas vidas.

    ResponderExcluir

Por favor, identifique-se ao deixar um comentário no blog. Coloque seu nome completo e, se possível, seu e-mail. Obrigado pela participação!