Nestário
Luiz
(Foto: diariodaserra.net) |
Quando eu
era mais novo, ficava ouvindo pessoas mais velhas falando de contas. Nas
novelas, nas reuniões de família e até em telejornais era comum se falar da
dificuldade de conseguir pagar todas as contas. E sempre me vi meio distante
desse mundo.
Confesso
que eu imaginava que passaria por essa situação daqui a muitos anos,
provavelmente quando eu me casasse e me tornasse um dos responsáveis por uma
casa e uma família.
As coisas,
no entanto, tomaram um rumo diferente. E mais rápido. Eu cresci e logo
apareceram as responsabilidades. Com elas, as contas.
Antes de chegar
às contas, tenho de falar de dinheiro. Um está ligado ao outro, não? Por isso
agradeço por ter um trabalho. Esse é o ponto de partida para quem precisa pagar
suas contas. Não para todos, admito, e esse é um problema social grave. Mas não
vou me aprofundar nessa questão, senão só terminarei o texto de madrugada,
sendo que o objetivo é ser conciso.
Questão
“trabalho” resolvida, começaram a aparecer as contas. Primeiro foi a faculdade.
E vou dizer: uma senhora conta. Mesmo eu não dizendo o valor da mensalidade,
você pode imaginar quanto custa uma faculdade particular. É caro, garanto.
Neste
momento da minha vida, a faculdade é o principal compromisso financeiro. Por
isso, qualquer despesa a mais só seria possível com os recursos destinados aos
estudos devidamente garantidos.
Assim,
chegou o cartão de crédito. Sim, o tão odiado e amado (ao mesmo tempo, claro)
cartãozinho de crédito. Aderi a essa facilidade por um bom motivo: exatamente a
facilidade. Nem sempre temos dinheiro e, num caso de emergência, pode ser
preciso fazer um pagamento. Essa emergência ainda não aconteceu comigo (ainda
bem), mas eu continuo com o cartão. Atenção, amigo leitor: eu o uso com
moderação. Costumo usá-lo, principalmente, em compras pela internet.
Presencialmente são raras as oportunidades em que uso o cartão.
Aí em
fevereiro deste ano eu criei uma terceira conta fixa. É um luxo que eu nunca
tive e resolvi me dar. Apesar do preço alto (pelo menos para o meu padrão
econômico), instalei TV a cabo em casa e, agora, tenho acesso aos canais (principalmente
os esportivos) por assinatura. Para quem gosta de esporte, isso é uma coisa
fantástica. Transmissões, programas, debates, ou seja, esporte o dia todo. O
esforço para conseguir pagar é recompensado.
Antes de
finalizar, um ato bobo, mas simbólico: o de receber as contas pelo correio, com
o seu nome estampado no campo do destinatário. Eu abro a caixinha de
correspondências, vejo minhas contas e tenho dois sentimentos simultâneos:
“contas, contas!”, mas logo em seguida me sinto orgulhoso pelo meu curso
superior e meus canais a cabo.
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