sábado, 24 de novembro de 2012

Jornalista formado, sonho alcançado

Nestário Luiz
23/11/2012

Como é incrível a sensação de realizar um sonho, não é mesmo? Nesta quinta-feira, dia 22, defendi meu Trabalho de Conclusão de Curso e fiquei mais próximo de me formar em Jornalismo pela Fema, aqui em Assis. Sonho realizado, objetivo alcançado.

Quatro anos. Não faltaram conhecimento, histórias, amizades, risos, estresse, cerveja, ótimos professores, trabalhos, cansaço, notas altas, notas baixas, textos tecnicamente quase perfeitos.

Quantas discussões, quantos debates ocorreram de 2009 para cá. Como aprendi, bebi e amadureci nesses anos. E o curso acabou. Valeu? Opa.

No primeiro ano havia aquele fascínio pela faculdade, a felicidade por estar me preparando para trabalhar na profissão que amo. E também a nota mais baixa do curso: 5 em Sociologia.

Em 2009 comecei um projeto que se estenderia por quatro anos e se tornaria um orgulho para mim. Durante todo o tempo do curso, apresentei o programa Circuito Esportivo na Rádio Fema FM, emissora da faculdade. No primeiro ano do Circuito Esportivo, tive a companhia de Felipe Modesto na apresentação do programa, dedicado à cobertura das equipes esportivas de Assis.

O segundo ano chegou. O fascínio passou, mas a parte da felicidade continuou. Discussões em roda, aulas nos laboratórios de rádio e de fotografia, um documentário de rádio bacana sobre o Estádio Marcelino de Souza, em Assis, e exame em uma disciplina. O único do curso. Ainda em 2010, substituição do meu colega de apresentação no Circuito Esportivo: Ítalo Luiz estreou para permanecer ao meu lado até o fim do curso.

Terceiro ano, e já pensava: “no ano que vem acaba”. A discussão, neste ano, não teve relação com nenhuma disciplina, mas ensinou do mesmo jeito. Aprendizado para a vida. Nada que não pudesse ser superado. 2011 também rendeu boas notas. Sem problemas.

O ano também marcou a entrada do professor Cláudio Messias no meu curso. Escolhi-o como orientador para meu TCC. Ele aceitou, e o projeto começou a tomar forma. Detalhes sobre o tema estão na sequência do texto.

2012, o último ano. Do mundo? Talvez. Mas do curso, também. Sem muito estresse ou problemas nas disciplinas, mas o TCC compensou. Foram vários meses pesquisando, lendo, escrevendo, arrumando, escrevendo de novo, estressando, colocando nas normas da ABNT, qualificando, vendo o prazo terminar, escrevendo que na década de 1930 havia CDs, finalizando o texto e depositando o resultado final. Haja gerúndio.

O título do meu TCC foi “Rádio Fema FM: uma análise de comportamento de audiência no programa Circuito Esportivo”. Depois de quatro anos apresentando o programa, decidi que ele e os seus ouvintes estariam no meu TCC. E foi uma experiência bacana demais.

Fiz pesquisas dentro da Fema, fora dela e até no mundo online buscando saber se o Circuito Esportivo tem ouvintes e qual a opinião deles sobre o conteúdo jornalístico que minha equipe e eu produzimos. Muitas pessoas não conheciam o programa, mas também encontrei ouvintes do Circuito Esportivo. E ouvintes críticos, o que me deixou contente.

Contente porque, assim, comprovei as teorias estudadas durante o trabalho, principalmente do autor colombiano Jesús Martín-Barbero. Ele afirma que a audiência, ou seja, as pessoas que consomem conteúdos midiáticos, deixou de ser passiva e se tornou crítica. As pessoas não mais recebem um conteúdo passivamente, agora elas avaliam-no e formam uma opinião sobre ele. A audiência “ressignifica”, ou seja, devolve o conteúdo, como ensina Martín-Barbero.

E assim ocorreu nas minhas pesquisas. As pessoas avaliaram o Circuito Esportivo com notas e comentários espontâneos. Elogiaram e criticaram. Deram notas altas e também baixas. Os ouvintes apontaram diversos pontos que consideram negativos e que gostariam que fossem alterados ou adequados. Ótimo, pois a teoria do autor colombiano foi comprovada na pesquisa. A audiência é crítica e quer que os produtores de conteúdo midiático estejam atentos à sua opinião e à sua realidade. É o tal “comportamento da audiência”. Temos que estar sempre preocupados com ele. Essa foi a conclusão do meu trabalho.

Agradeço, aqui, a paciência, a amizade e os ensinamentos do professor Cláudio Messias, que me ajudou a alcançar meu objetivo e produzir o que, para mim, foi um bom Trabalho de Conclusão de Curso. Outro agradecimento, de forma geral, a todas as pessoas que me ajudaram e torceram por mim. Valeu mesmo.

TCC defendido e aprovado. Ainda faltam as notas do segundo semestre, mas, se tudo correr bem, estou a poucos dias de me formar em Jornalismo. Que saiam essas notas, então.

Ah, não poderiam faltar neste texto meus camaradas, os novos focas. Eles fizeram um bom curso, se dedicaram durante quatro anos e capricharam no TCC. Renato Piovan falou muito bem sobre charges. Patrícia Dias e Bruce Monteiro resgataram a bela história da estrada de ferro Sorocabana. Ítalo Luiz pesquisou a música sertaneja e suas raízes. Kallil Dib estudou sobre jornalismo literário. E Diego Faustino fez uma bela reflexão sobre o entretenimento no Jornalismo. Trabalhos aprovados. Parabéns aos colegas.

Terminou. Estou feliz e realizado, graças a Deus. Agora o lance é continuar estudando e fazer um bom trabalho no Jornalismo, sempre pensando na ética e na responsabilidade, sem esquecer que Jornalismo é um serviço de interesse público. A realidade da profissão é foda, eu sei, mas vou continuar sonhando e acreditando que o Jornalismo é mais humano e menos comercial e econômico.

Como diria um professor da minha turma, vamos em frente!

Dia da aprovação do meu TCC. A partir da esquerda, o professor
Cláudio Messias, eu, a professora Silvana Paiva, minha mãe,
Silvana, e meu pai, Nestário. (Fotos: Nestário Luiz/arquivo pessoal)
Com meu amigo Diego Faustino, que defendeu
seu TCC sobre entretenimento no Jornalismo.
Kallil Dib falou sobre jornalismo literário.
Eu e os focas Kallil e Diego.
Apresentação do TCC de Ítalo Luiz: o sertanejo e suas raízes.

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